Elena Armas, queridinha no Tico&Teco, volta com
mais uma de suas comédias românticas. Um experimento de amor em Nova York é a
continuação direta do maior sucesso da autora, Uma farsa de amor na Espanha. Aqui,
acompanharemos a história da Rosie Graham, uma engenheira que abandona tudo
para seguir o sonho de ser escritora de romances, e do Lucas Martín, um
surfista com a carreira em ascensão.
Eu não gosto do primeiro livro. Acho que ele é excessivamente
arrastado e falha no arco principal, que é a tal farsa na Espanha. Lina e Aaron
não figuram na lista dos bons protagonistas de romance ― pelo menos não para
mim ―, e a história toda me cansou muito. Por isso mesmo eu não sei o que fez esse
cara aqui ler a continuação. Cheguei com expectativas bem baixas, e acabei
me surpreendendo.
É uma boa história.
Claro, esse ainda é um romance que você lê para
desestressar e não pensar em muita coisa. A Elena aborda alguns assuntos
interessantes, mas nunca chega a se aprofundar. O que faz sentido, esse gênero
não foi feito para ser profundo e não imagino ninguém pegando esse livro
esperando grandes reflexões.
Mesmo assim, a coisa funciona e a Elena ainda se
aventura em algumas questões psicológicas. Esse é um livro sobre autoestima.
Não a autoestima relacionada a beleza, mas a autoestima como valor. É
comum associarmos esse tema à questões de estética e imagem, e vermos obras que
falam sobre o assunto nessa mesma linha, mas aqui a situação toma outra forma.
Rosie é uma mulher considerada bem sucedida. Ela
acabou de receber uma promoção em uma das maiores empresas do país, ganha muito
bem e não odeia o que faz. Mesmo assim, decide desistir de tudo para seguir o
sonho de ser uma escritora de romances. Ela então precisa contar isso para sua
família (pai e irmão) e conseguir entregar um livro nas próximas semanas, livro
esse que ela nem mesmo começou.
A Rosie está apavorada. Acostumada a sempre ter
controle sobre tudo o que faz, essa situação de incerteza parece nova. Ela se pergunta
se tomou uma decisão certa e tem medo de ser uma fraude como escritora. Perdida
e com medo do futuro, ela encontra o Lucas.
Lucas talvez esteja além do bem sucedido. O cara é
surfista, ama o que faz e é muito bom nisso. O problema é que o Lucas também
está apavorado, ele também morre de medo do futuro. Os dois começam uma série
de encontros falsos, na tentativa de acabar com o bloqueio criativo da Rosie, e
toda a história se desenvolve a partir daí. Você sabe o que vai acontecer, não
é segredo nenhum.
Toda essa discussão sobre autoestima me agradou
bastante. Comprei o drama dos personagens ― o da Rosie foi mais fácil, admito ―
e pude me identificar com algumas questões. O romance é um slowburn
clássico, onde a coisa demora bastante para acontecer, mas funciona até legal.
Acho que a Elena só se perde um pouco em alguns diálogos,
quando ela tenta ser muito emocional, ou quando ela tenta falar sacanagem, o
famoso dirty talk. Olha, é difícil. Quando esse livro engrena para a putaria,
ele chega na comédia. E rir é bom, tá? O problema é rir em um velório ― depende
de quem. Se a coisa não foi feita para gerar riso, ele não deveria estar ali.
Enfim, é isso. Um experimento de amor em Nova York é
um livro divertido e funciona bem, mesmo com algumas ressalvas. Talvez ele não
faça tanto barulho quanto seu antecessor, mas deveria. Tico&Teco, faça a
sua magia.
Bebam água, comam frutas e encapem o boneco.
Um beijão do gaiato, até mais! <3
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