E aí, tudo jóia?
Comentei aqui como Neon Genesis Evangelion é minha animação favorita de todos os tempos. É uma obra grande, imperfeita, caótica, existencialista e que por acaso, tem robôs gigantes. E depois de assistir a Evangelion: 3.0+1.01: A Esperança (ou “Thrice Upon a Time”, no resto do mundo), reafirmo: A franquia NGE é a minha favorita de todos os tempos.
Antes de mais nada: A
postagem pode ser lida por todos <3 Mas quem já conhecer ao menos um pouco
desse mar de LCL vai aproveitar bem mais. Pensando na galera que ainda vai “entrar
na droga do robô”, aqui vão alguns links para contextualizar, vindos
diretamente da (que eu considero) maior página sobre o anime no Brasil, a
Evangelion:BR (mas depois voltem pra cá, hein?):
A salada chamada Death&Rebirth/Death
(True)²;
O filme The End of Evangelion;
As diferenças entre o anime e o mangá;
A cinesérie Rebuild of Evangelion (basta clicar nos índices “Rebuild)”;
Os próximos links são de outras fontes, tão boas
quanto:
As diferentes versões lançadas por aí - Jbox.com.br;
Crítica da série de TV pelo Kevin, do Plano Crítico;
É coisa demais,
preciso mesmo ver tudo? |
Calma, cocada, não
precisa. Então, a dica do tio Jeff é a seguinte, e já com a plataforma por onde
acompanhar:
1º - Série de TV (Netflix):
Clássico é clássico.
2º - The End of Evangelion
(Netflix): Você pode interpretar como o final “real” do anime, ou assim como
eu, achar que tudo ocorre paralelamente aos eventos dos episódios 25 e 26. Ou
qualquer outra coisa, a escolha é sua ;)
3º O mangá baseado na
série (e um pouco mais) pelo escritor Yoshiyuki Sadamoto: Eu gosto bastante,
mas se quiser pular, pode. Mas vai perder uma personagem importante que
aparecerá logo a seguir, no...
4º - Rebuild of Eva (Amazon Prime Video): É a cinesérie composta pelas obras:
- 1.11: Você (não) Está Sozinho;
- 2.22: Você (não) Pode Avançar;
- 3.33: Você (não) Pode Refazer;
- 3.0+1.01: A Esperança (ou, no original, “Thrice Upon a Time”).
Ufa! Guia feito, um
alerta: Não pouparei nos spoilers, siga por sua conta e risco ;)
E nesse relato de um fã
apaixonado, tentarei explicar por qual razão “A Esperança” (lançado no Brasil
dia 13/08/21 pela Amazon Prime Video) dá um sentido novo à NGE como um universo
cíclico e coeso de histórias sobre pessoas totalmente desgraçadas das
ideias que tentam, apesar de tudo, ter esperança.
3.0+1.01: A Esperança/Thrice Upon a Time
Idas e vindas. Evangelion é como a serpente do ouroboros, mordendo a própria cauda e repetindo o processo até o fim dos
tempos: No começo do longa, Shinji está catatônico devido ao trauma de quase
acabar com o mundo no 3.33, tentando consertar seus erros por quase acabar com
o mundo (pois é) no 2.22. Não é aquela reação que ele costumava ter na série
clássica: Nosso protagonista desiste de tudo, mesmo. Sem coragem de tirar a
própria vida, ele se deixa levar (literalmente) por aí, apenas esperando a
morte chegar.
Mas em Evangelion que tem Asuka não
existe espaço pra Shinji no fundo do poço, e nossa heroína de vermelho trata de
resgatar o menino incapacitado e o encaminha (junto com Rei) a uma vila de
sobreviventes (mantida intacta graças à tecnologia da WILLE) bem estilo
animação de vida pacata dos Estúdios Ghibli, onde seus antigos colegas de
escola, já adultos (com direito ao fanservice Toji e Hikari casados e com um
filho, Kensuke criando um estranho e fofo laço com a Asuka e até pinguins!),
tentam levar a vida. E isso poucos minutos depois do longa mostrar uma f*cking
batalha em Paris entre as forças da Misato em sua guerra contra Gendo, com
direito a Mari usando a Torre Eiffel como arma e tudo mais.
Mas vamos falar dela, da Tekpix da nossa
menina Rei.
Nunca viu isso aqui
não, esquisitona? |
Idas e vindas. Evangelion é sobre iterações, lembram? Essa não é a menina de cabelo azul que
conhecemos desde NGE/EoE e os primeiros Rebuils. Ela é mais uma unidade da
série Rei, servindo aos propósitos egoístas do Gendo. Porém, a que vemos neste
filme começa a enxergar o mundo da forma como ele se apresenta: Um lugar em
reconstrução. É praticamente Hideaki Anno nos pegando pela mão e mostrando,
pelos olhos ingênuos dessa Rei, que a vida não pode parar, e que cada momento
vivido é uma chance de aprender, plantar, construir, e de se criar laços.
Totalmente o oposto daquela desgraceira
que foi EoE ;)
Logo esse arco termina como quase
tudo depois da bonança: Em uma tempestade de LCL. Tendo fugido (ou teria ela
cumprido?) ao seu propósito original, Rei devolve o velho toca fitas para
Shinji (escondido nos restos do que um dia foi o Geofront da NERV), se
despede e enfim, perde sua forma física, retornando à boa e velha fanta
laranja à sopa primordial da vida.
E com isso, trazendo Shinji de volta à realidade
;)
A despedida da Rei (vi aqui) |
O protagonista volta à vida, tendo Kensuke como seu guia nesse novo mundo, mostrando como a
WILLE protegeu algumas vilas usando tecnologia avançada contra impactos e EVAs.
E enquanto vemos o protagonista finalmente assimilando todas aquelas informações
decorrentes de seus atos (diretos ou não), Asuka permanece à espreita,
vigiando-o, descrente de sua mudança gradual e como sempre, desconfiada das reais
intenções do Ikari mais novo.
Nossa menina de cabelo laranja
avermelhado, que cria enfim um laço genuíno com alguém – Kensuke – leva Shinji
de volta à Wunder, a nave de guerra da WILLE que Misato comanda em sua batalha
para evitar outro Impacto. E saindo da vila, tem-se o início do fim de tudo o
que conhecemos sobre Evangelion. Novamente Shinji é posto em quarentena com a velha
coleira explosiva (Kaworu mandou lembranças) numa sala trancada repleta de
bombas – o pessoal não confia muito nele. E logo somos informados pela Misato
mais amarga do universo que a batalha final está chegando, com a Wunder
invadindo o covil de Gendo e toda a tropa se preparando para o embate
definitivo.
Em cenas que lembram muito a tomada de Zion pelas máquinas em Matrix
Revolutions, os EVAs de Asuka e Mari (sim, ela está por aí, mas já já
falaremos sobre) lutam contra centenas de milhares de robôs inimigos – é tudo
superlativo aqui – enquanto a Wunder tenta chegar no coração da estrutura onde
se encontra o EVA unidade 13 (sim, aquele mesmo que aparece no 3.33).
Enquanto Mari fica de suporte, a piloto
do icônico EVA-02 vai diretamente contra a Unidade 13 – e uma das maiores surpresas
da saga é revelada: Sem conseguir derrotar o mecha inimigo, a ruiva ativa o
clássico sinal de Padrão Azul visto em NGE.
Sim meus amigos. Asuka é um Anjo.
Asuka funde-se à
Unidade 02 |
É um momento de surpresa para todos os
espectadores, certamente. Exceto para Mari, que ao perceber a estratégia da
colega, questiona se era o que ela realmente queria fazer.
Há teorias de fãs por aí que dizem que não tinha como Asuka ter sobrevivido ao ataque de
Bardiel em 2.22 sem uma explicação “sobrenatural”. O que acabou se confirmando
na fusão dela com sua Unidade tornando-se um Anjo. O que nos leva a mais uma
surpresa: Qual é a outra personagem que, fundida em um EVA, vira um monstrão gigante
de luz não, não tô falando de você, Ultraman? Pois é, Rei Ayanami.
Ou seja, nossa nipo-alemã dos Rebuilds é um
clone, tal qual nossa menina de cara blasè e cabelo azul ;)
É
interessante notar em como esse fato usa aquela teoria que diz que o que detestamos no outro é só um reflexo de algo que
detestamos também em nós mesmos. Vamos lembrar que Asuka sempre odiou Ayanami, desde NGE. E por falar em lembranças, o que aconteceu mesmo da primeira vez que
Rei se uniu ao seu EVA?
Booom! |
Idas e vindas. Evangelion é sobre ciclos, lembram?
O gif acima é indicativo de mais um espelhamento entre as pilotos, porque Asuka também morre após a fusão com seu robô, mas não numa explosão: Ela morre nas mãos de Ikari Gendo, que tinha previsto a estratégia inimiga e usado a informação da real natureza da ruiva para reativar novamente a Unidade 13, destruir o Entry Plug da Unidade 02 (matando a piloto no processo) e finalmente, dar início a MAIS UM Impacto.
É DESSE JEITO que ela morre. |
Tão por aí ainda? Eu posso dar um tempo pra vocês respirarem. Muahahahaha.
Enfim, voltando. Com a destruição do mecha vermelho, Mari ocupadaça com os inimigos controlados por Fuyutsuki e um EVA poderoso pilotado por Gendo, não sobra muita opção além de Shinji entrar na droga do robô outra vez. Mas agora por vontade própria (ainda mais depois do que a ruiva disse a ele na despedida dentro da Wunder) e muito mais decidido a corrigir tudo, e principalmente, a enfrentar seu pai.
Gendo que, aliás, tá com um visual super tendência...
Visu show de bola, Gendo. |
O melhor pai de todos os tempos (sqn) abandonou de vez sua humanidade a fim de causar a destruição que finalmente reuniria todos os seres humanos em uma só entidade, sem barreiras para magoar e afastar as pessoas.
Idas e vindas. Evangelion é sobre repetição, lembram? No anime e também no mangá, o Ikari mais velho já dava indícios que estaria disposto a tudo para completar seu objetivo de restaurar o clã Uchiha e matar um certo alguém unir-se novamente com Yui, sua esposa. Até mesmo deixar de ser humano:
Ele implanta o embrião de Adão em si mesmo no anime... |
...E graças a ele, consegue até gerar um Campo AT, como visto no mangá. |
Então finalmente, depois de esperarmos desde os anos 90, Shinji enfrenta Gendo. Metafórica e fisicamente falando. Pai e filho, cada um no controle de um EVA, cada um com armado com uma lança (Longinus e Cassius). E como piração pouca é bobagem, com a destruição do EVA-02, Gendo é capaz de, com seu próprio mecha, abrir o Anti-universo, que é a dimensão existente dentro dos alienígenas (Anjos), repleta de Nada, ou seja, como uma tela em branco para a origem de Tudo, onde qualquer coisa pode se tornar real (fica subentendido que é assim que os Anjos criam vida nos lugares por onde passam, bem ao estilo Erich von Däniken), e é nesse cenário que o embate acontece.
Idas e vindas. Evangelion é sobre refazer, lembram? E nesse último, ou melhor, nesse primeiro encontro de fato entre eles, Shinji e Gendo repassam por diversos cenários da franquia. Sim, você leu certo. Enquanto os personagens colocam os pingos nos is, vamos revendo cenas de NGE e EoE, unificando sob mesmo cânone todos os pedaços da saga.
Lembram dessa cena, do primeiro encontro que testemunhamos entre pai e filho, com o Shinji com a maior carinha de choro? |
Agora não mais. Olha nosso menino agora, todo adulto e decidido <3 |
E falando em acerto de
contas...É muito interessante a forma como o vilão de Evangelion ganha foco
nesses últimos minutos. E mais legal ainda, o jeito como fica claro que Gendo tinha,
no passado, os mesmíssimos problemas (lembram do Dilema
do Ouriço, citado nos primeiros episódios da série e no 1.11?) que cansamos de ver Shinji (não) enfrentar You Can (Not) Advance. E apesar disso (e da
batalha entre os robôs e todos os simbolismos cuspidos em nossa cara durante a
luta), os dois reconstroem seu vínculo, com o vilão finalmente percebendo
algo que, convenhamos, era até muito óbvio: Não era necessário exterminar a
raça humana usando tecnologia alienígena para voltar a ver a esposa. Ela esteve o tempo todo ao seu lado, representada pelo filho deles, Shinji.
É um momento bastante
tocante, e num parágrafo só é impossível transmitir a carga emocional passada
pelas imagens. Mas, terapia feita, Gendo desiste do Impacto...Meio que tarde
demais. Misato, num plano mirabolante, decide enviar para Shinji a arma secreta
da Humanidade que ajudaria a parar os anjos: Mais uma lança, agora a de Gaius.
Para isso, ela precisa sacrificar a nave Wunder, e decide afundar junto com o
navio. Achei um final bem meia boca pra uma personagem tão boa e que merecia
mais, porém, no frigir dos ovos e com tanta coisa ainda pra acontecer, foi um
ponto fraco que acabei relevando, principalmente pela atitude final da antiga Capitã:
Ela deixa a tripulação e os sobreviventes de toda aquela catástrofe sob os
cuidados da Dra. Ritsuko. Logo ela, que desde sempre fora apresentada como
alguém egoísta e que não tinha medo de relegar a segundo plano a vida das pessoas:
“Nesse caso, a vida do
piloto não é nossa preocupação”.
Idas e vindas. Evangelion é
sobre reconstruir, lembram? Shinji ainda precisa consertar o estrago
feito, e com o sacrifício da Misato ao enviar a Lança de Gaius até o
Anti-universo para ele, o próprio garoto começa o ritual para impedir o fim de
tudo e botar o mundo de volta aos eixos.
Lembram-se do final de EoE? A praia sangrenta, a cabeça gigante de Lilith/Rei caída, e Shinji enforcando Asuka?
Esse é o final de End of Evangelion, o filme de 1997 |
Bom...Não mais. Shinji está
no Anti-universo, onde tudo pode se tornar real, e então ele reescreve o
final de EoE, surgindo novamente na praia e despertando Asuka da Instrumentalidade,
dizendo também que já havia sido apaixonado por ela, e que era hora dela
voltar. Voltar e mandar lembranças para Kensuke:
"Acorda aí mano, o Uber chegou kkkk" |
Logo depois temos Kaworu. Tanto no anime, quanto no mangá e inclusive nos rebuilds, Kaworu tem sempre a mesma sina: Tentar fazer o protagonista feliz, ser descoberto como Anjo e morrer pelas mãos de Shinji. A cena em que ele acorda de seu caixão na lua e olha para os diversos outros idênticos já abertos de um lado e os fechados do outro só reafirma que tudo aquilo já aconteceu antes em outras vidas:
Só que agora não precisa
acontecer novamente. Shinji não precisa mais que alguém o faça feliz terapia é
importante galera, viu, então Kaworu não tem mais que repetir seu ciclo pela eternidade.
E o próprio Anjo chega à conclusão que seu objetivo era egoísta, visando a sua felicidade e não a de Shinji.
Por fim, Rei, aquela do primeiro
filme (e que fundiu-se ao EVA no 2.22). Eles encontram-se em um estúdio de TV,
e as cenas da série clássica são transmitidas em um telão enquanto ambos
conversam, com Shinji dizendo que não fará a Instrumentalidade, vai apenas
acabar com os EVAs, dando uma vida melhor para todos, inclusive para Ayanami. E
aí que vem a sacada com o nome da franquia, com Rei concluindo a intenção do garoto, a de criar um Neon Genesis Evangelion. com o momento fanservice do logo da série clássica ao fundo
Idas e vindas. Se Evangelion
fala de reconstrução, é preciso destruir para a existência de algo
novo. Shinji deve fazer o sacrifício final, cravando a Lança de Gaius em
seu próprio EVA para enfim, dar o “verdadeiro final” a todos. Decidido, ele
empunha a arma, mas Gendo e Yui vinda diretamente do além tomam seu lugar e
cravam a lança neles mesmos, sacrificando-se pelo filho.
É bonito, mas não significa
muita coisa para o guri, pois ele está preso no Anti-universo, e como ele
desejou um mundo sem EVAs, não tem como sair daquele lugar. Então aos poucos, nosso
herói vai sumindo, tornando-se uma abstração, uma ideia: e ideias são à prova de balas
Então, eis que surge Mari.
A maior parte da galera que
só viu NGE/EoE e os rebuilds não entende de onde e qual o objetivo dessa
personagem, já que ela literalmente cai de paraquedas na franquia -depois de
destruir um Anjo e um EVA em Londres- mas o pessoal que leu o mangá sabe: Ela aparece
no Estágio Extra, o epílogo do mangá do Sadamoto. Mari é uma mulher
contemporânea de estudos de Yui e Gendo, e junto com a mãe de Shinji, também
foi aluna de Fuyutsuki na faculdade. Extremamente inteligente, Mari é indicada
para trabalhar em Londres, porém Yui é ainda melhor colocada, mas ela não
aceita a vaga pois já tinha sido convidada a trabalhar em outro projeto (nos
primórdios da Gehrin/NERV). Papo vai, papo vem, descobrimos que ela é
apaixonada pela futura alma do EVA-01 e odeia o Gendo por saber que era ele quem Yui amava. No final do capítulo, Mari avisa a colega que vai se mudar para a
Inglaterra no mês seguinte, e então Yui dá a ela seus óculos como uma lembrança.
Sim. Os óculos que a moça
estranha usa por todo o Rebuild são os da mãe do Shinji <3
Mari acaba indo trabalhar na sede
britânica da NERV, entrando em contato com LCL, tornando-se piloto, e isso
explica o motivo dela chegar nos filmes já sabendo tantos detalhes sobre os
robôs (como ativar o Beast Mode da Unidade 02, por exemplo).
Explicado de onde surgiu a moça,
voltemos ao resgate -do soldado Ryan- do menino Shinji. Enquanto ele aos poucos
começava a desaparecer, do lado de fora do Anti-universo Mari usava seu EVA
para devorar os demais e conseguir poder o suficiente para resgatá-lo. São
cenas grotescas, lembram bastante a luta épica da Asuka contra os EVAs de produção
em massa de EoE. No final dá certo, ela finalmente consegue quebrar a barreira
que separa as realidades, destruindo seu robô no processo, o último EVA restante,
e traz Shinji ao mundo dos vivos, pela
segunda vez no filme.
Bom
notar que naquele momento, a resignação do protagonista em deixar de existir
era totalmente diferente da que ele sentia antes. Ali, ele havia feito as
pazes com suas escolhas, lidado com seus demônios e finalmente entendido o
significado dos laços humanos. Pela primeira vez em toda a história de
Evangelion, ele estava em paz. E após ser resgatado por Mari, ele acorda no mundo
que (re)construiu, dessa vez, adulto!
Eu já estava todo afogado em lágrimas nessa cena |
A
necessidade de pilotar a Unidade 01 o colocava em contato direto com LCL, o que
impedia seu envelhecimento, assim como o de todos os pilotos -Mari que o diga-.
Nesse recomeço, vemos Shinji como um jovem homem em uma estação de trem, de
terno e usando o colar explosivo (como se ele ainda quisesse se punir de alguma
forma por seus erros). Kaworu, Rei e Asuka também aparecem, crescidos, mas não
entram em contato com ele.
Quem faz isso é Mari, que bem ao seu estilo
excêntrico, diz que ele agora está com “cheiro de adulto”. E remove o colar
explosivo, deixando bem claro que todos os seus pecados haviam ficado no
passado – e haviam sido perdoados. Ela pega Shinji pela mão e diz que ficará ao
lado dele nesse novo universo. E o filme encerra com cenas da nossa realidade,
na cidade de Ube, onde Hideaki Anno nasceu.
Quando chegou nessa parte, eu já estava
acabado em lágrimas. Foi, realmente o adeus a todos os Evangelion, como diz nos
cartazes promocionais do filme.
"Ain Jeff, você não falou dos prós e dos contras"... Então vamos lá:
Prós: Todos Encerramento de um ciclo para a história, para a maioria dos personagens e também para mim (já disse em outro post que me identificava com Shinji e vê-lo superar seus traumas me dá a Esperança de que também posso superar os meus).
Contras: Hipersexualização das personagens femininas. Aqui mesmo no blog já falei de outros animes com o mesmo problema, e eu juro por todos os deuses ancestrais que gostaria de entender o motivo de ainda insistirem nessa coisa imbecil de colocar meninas/mulheres em poses provocativas, com trajes minúsculos e/ou agarrados, piadinhas de duplo sentido que só tem apelo para público masculino e por aí vai. Thrice Upon a Time tem bem menos desse problema que os outros filmes do Rebuild, mas ainda tem, basta reparar na Mari, na Asuka (pra quê rasgar o plug suit dela daquele jeito na cena da praia? Zero sentido, daria pra mostrar deterioração de outras maneiras), e na Ayanami.
Estúdios de animação: Apenas parem com isso.
Enfim.
O post ficou bem longo, mas eu garanto:
Deixei vários detalhes sem comentar: Ritsuko, Misato, Kaji, Fuyutsuki, os
amigos da escola do Shinji, mais coisas sobre Rei e Asuka, vixe. Ficou bastante
coisa de fora. Mas é melhor eu parar por aqui.
Idas e vindas. Evangelion agora
também é sobre encerramentos, lembram?
P.S: Como quase sempre, uma playlist que acho que combina com a postagem. Obrigado pela leitura até aqui <3
Top as análises desse menino 🥰
ResponderExcluirMto obrigado pela leitura e pelo comentário, Criis <3
Excluireu acho evangelion um anime para pessoas maduras =)
ResponderExcluirgostei da análise viuu
Pela temática e pela forma como lida com temas como depressão, abandono, solidão e etc, realmente, precisa ter um pouco de maturidade pra poder absorver melhor a obra.
ExcluirSe for porradaria por porradaria entre robôs gigantes, aí eu indico Tengen Toppa Gurren Laggan, que é bem legal também. Evangelion mal tem briga entre os robôs, o foco nem é esse...ainda mais nesse último filme, hahahaha.
Valeu pela leitura, pelo comentário e pelo elogio <3